Encontrando Jesus em um Livro Sagrado

Paulo foi de casa em casa para conhecer pessoas em uma cidade europeia. Com ele, carregava uma Bíblia e o livro sagrado de outra importante religião mundial. Um dia, um homem abriu a porta. Seu hálito cheirava a fumaça de cigarro.

"Eu gostaria muito de lhe dar um presente hoje", disse Paulo.

"Que tipo de presente?" perguntou o homem.

"Eu tenho esta Bíblia", disse Paulo.

"Eu não quero uma Bíblia", disse o homem. "Eu pertenço a outra religião. Você é um cristão."

"Eu tenho o livro sagrado da sua religião também", disse Paulo.

O homem ficou surpreso. Parecia interessado. "OK, leia algo para mim, mas apenas do meu livro sagrado, não da Bíblia", disse ele.

Paulo abriu o livro sagrado e leu sobre Jesus. A surpresa do homem cresceu.

"Este é o mesmo Jesus da Bíblia?" ele perguntou.

Nas próximas semanas, ele estudou quatro lições sobre Jesus do seu livro sagrado. O homem viu que o livro não fala sobre Jesus sendo crucificado. Viu que o livro prevê que Jesus voltará. Viu que tanto as pessoas de sua religião quanto os cristãos estavam esperando o retorno de Jesus.

Quando Paulo chegou para a quinta lição, o homem não estava em casa.

Um ano se passou, e em um Sábado o homem apareceu na igreja de Paulo.

"Eu quero vir a esta igreja", disse ele. "Posso?"

Foi a vez de Paulo ficar surpreso.

"Eu quero seguir a Cristo", disse o homem.

Depois disso, o homem compareceu todo Sábado. Ele disse que seu livro sagrado o deixava vazio. Não oferecia um Salvador para seus pecados. Ele ansiava ser batizado.

"Jesus diz que o corpo é o templo do Espírito Santo", disse Paulo. "Você quer se livrar dos cigarros? Jesus disse: 'Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres' [João 8:36]. Você tem que escolher entre Jesus e cigarros. Você pode jogar seus cigarros fora hoje se escolher."

O homem parecia assustado. "Não é possível!" ele exclamou. Mas então ele tirou um maço de cigarros do bolso e jogou em uma lixeira.

"Jesus, dê-me a vitória sobre os cigarros", ele orou. "Eu quero ser livre."

Naquela noite, ele ligou para Paulo. "Isso é terrível", disse ele. "Eu me sinto horrível. Não consigo viver sem cigarros."

Os dois homens oraram juntos pelo telefone. Deus ouviu a oração e deu a vitória ao homem. Ele não fuma há quatro anos e meio desde então. Hoje, ele é líder de evangelismo para a igreja.

"Ele ama as pessoas", disse Paulo à Missão Adventista. Ele está esperando ansiosamente pelo retorno de Jesus.

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Ignorando os Princípios de Cristo

O Edito de Milão em 313 d.C. marcou o fim de 150 anos de períodos esporádicos e intensos de perseguição cristã pelas mãos do Império Romano. Antes desse decreto, os seguidores de Jesus que se recusavam a prestar lealdade a César como um Deus eram caçados, multados, presos, lançados aos leões, crucificados e queimados vivos, entre muitas outras atrocidades. Lugares de adoração eram destruídos e propriedades eram confiscadas.

As Escrituras, que eram copiadas manualmente de maneira lenta e dolorosa, eram queimadas. Cristãos exaustos, que se escondiam em cavernas e outros lugares remotos, receberam com alegria o Edito de Milão, que foi a primeira proclamação romana a garantir liberdade religiosa a todos os cidadãos do império.

Quem poderia imaginar que, em poucos anos, cristãos declarados estariam buscando domínio sobre outras religiões e até sobre outros cristãos que tinham crenças opostas? Durante o reinado do imperador romano Constantino (306-337 d.C.), igrejas cristãs formaram alianças com o monarca em troca de favores do governo.

A igreja como um todo se corrompeu com ambições políticas e financeiras que eram diretamente contrárias aos princípios de Jesus. Se a igreja tivesse permanecido fiel ao espírito de Cristo, a mistura profana de igreja e estado que resultou na tirania religiosa da Idade Média talvez nunca tivesse acontecido.

Em apenas alguns séculos, a igreja ironicamente se tornou um excelente exemplo do que Jesus disse para não ser e não fazer. No século XVI, a Reforma Protestante começou a redescobrir lentamente os fundamentos da liberdade religiosa. Hoje, é imperativo que conheçamos e promovamos os princípios originais estabelecidos por Jesus.

O Espírito dos Discípulos

Adventistas têm acreditado há muito tempo que "a liberdade religiosa inclui o direito humano de ter ou adotar a religião de sua escolha, mudar a crença religiosa de acordo com a consciência, manifestar sua religião individualmente ou em comunidade com outros crentes, em culto, observância, prática, testemunho e ensino, sujeito ao respeito pelos direitos equivalentes dos outros" (Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia [2015], 95).

Jesus Cristo é o exemplo perfeito de Alguém que tinha o poder de compelir e controlar, mas sempre honrou a escolha individual de cada pessoa de acreditar ou não, de professar, de seguir. O respeito de Jesus pelos direitos individuais contrastava fortemente com o impulso de Seus discípulos de forçar a submissão.

Os discípulos de Jesus estavam profundamente enraizados em sua cultura. Era uma época de intensa contenda política e intolerância nacional. Muito semelhante aos dias de hoje, várias facções competiam por poder e recursos. Isso era especialmente verdadeiro quando Roma governava Israel, como evidenciado pelo ocasional grupo rebelde que se formava para obter liberdade e restaurar a honra nacional de Israel. Inquietude e revolução agitavam as massas no tempo de Cristo, afetando os discípulos ao ponto de Tiago e João perguntarem se Jesus queria que chamassem fogo do céu para destruir o povo samaritano depois que eles falharam em lhe dar uma calorosa recepção (Lucas 9:54).

Os discípulos revestiram sua hostilidade com uma camada de espiritualidade e a apoiaram com uma referência ao Antigo Testamento. Em nenhuma área o coração humano é mais enganador do que ao justificar o espírito de crueldade e retaliação. Se apenas os discípulos pudessem se ver como Jesus os via! Jesus os advertiu: "Vocês não sabem de que espírito são" (v. 55).

A resposta de Jesus ao pedido violento deles destacou os limites que Ele nunca ultrapassaria. Em nenhum momento de Seu ministério Ele tentou intimidar, ameaçar ou forçar as pessoas a segui-Lo ou reformar seus caminhos, pois Sua missão de forma alguma envolvia a destruição de vidas ou propriedades (v. 56).

Infelizmente, essa característica tem sido frequentemente esquecida nos séculos desde que Cristo viveu. Se os líderes da igreja e os cristãos confessos em todas as eras tivessem sempre renunciado ao espírito equivocado dos discípulos e abraçado o espírito de Cristo, a história da igreja nunca teria incluído os atos de perseguição e tirania cometidos em nome da religião.

Jesus nos disse claramente como devemos reagir quando uma casa ou cidade não nos recebe calorosamente: "E quem não os receber nem ouvir as suas palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudam o pó dos seus pés" (Mateus 10:14). Quando experimentamos rejeição, não há necessidade de chamar fogo do céu ou lançar um ataque, seja físico ou verbal. Jesus nos instrui a simplesmente sacudir o pó dos nossos pés e seguir em frente. Isso é tudo.

O que dizer de Elias?

Se os discípulos estavam tão errados em pedir fogo do céu para consumir os samaritanos, por que o profeta Elias chamou fogo do céu em 2 Reis 1:1-16? O contexto das histórias é completamente diferente: Elias orou pelo fogo para vindicar o nome de Deus, mas os discípulos estavam irritados porque as pessoas não os receberam bem. Além disso, no sistema do Antigo Testamento, onde Deus governava diretamente, Ele às vezes agia como juiz e executor por meio de pessoas divinamente designadas. Embora 2 Reis 1 não afirme se Deus dirigiu Elias a chamar fogo sobre os dois primeiros emissários do rei, especifica que Elias foi instruído a poupar o terceiro emissário (v. 15). O terceiro emissário foi salvo pela intervenção direta de Deus, mostrando que mesmo em momentos de julgamento, Deus ainda estende misericórdia sempre que pode.

O Antigo Testamento relata muitos exemplos do agir de Deus em julgamento. Gênesis conta como Ele destruiu o mundo com um dilúvio (8:21-23) e as cidades de Sodoma e Gomorra com fogo (19:28). Ambas as histórias são um exemplo do juízo final de Deus que virá sobre o mundo inteiro (Ap. 20:9). Deus é o Juiz final; Ele terá a última palavra em cada caso, o que consola as pessoas que sofreram julgamentos injustos nos tribunais terrenos e nos relacionamentos humanos. O tribunal de Deus reverterá as decisões errôneas dos tribunais terrenos. Deus é justo e misericordioso, e Ele será adorado por toda a criação quando santos e anjos concordarem que todos os Seus julgamentos são justos e corretos (Ap. 15:2-4; 19:1-4).

Enquanto no Antigo Testamento Deus, às vezes, exercia Seu papel de juiz por meio de profetas como Elias, no Novo Testamento, Jesus removeu completamente a responsabilidade de destruição da igreja. Isso explica por que Deus nunca mais usou Sua igreja como instrumento de ruína, embora o Novo Testamento contenha histórias de julgamentos diretos de Deus, como as mortes de Ananias e Safira (Atos 5:1-11).

A repreensão de Jesus a Tiago e João por quererem trazer fogo do céu se aplica a todos os cristãos ao longo do tempo. Qualquer seguidor de Cristo que se coloca como juiz está sujeito à mesma repreensão divina.

Jesus virá como Juiz e Executor quando retornar, realizando o trabalho de destruição por meio dos anjos (Mateus 13:41, 42), mas quando Ele veio pela primeira vez como exemplo humano para todos os líderes da igreja, Sua missão nunca incluiu extinguir a vida humana. A força física mais intensa que Jesus usou foi quando Ele virou mesas no templo (Marcos 11). Ele virou mesas, não famílias ou vidas de pessoas. Jesus foi gentil.

Ele nunca machucou ou feriu uma pessoa sequer (Mateus 12:20). A única vida que Jesus tirou foi a da figueira (Marcos 11:20, 21), e isso foi um exemplo de uma nação condenada pelo julgamento divino.

Momento de Reflexão

► Por que foi difícil para os discípulos aprenderem lições de tolerância para com os outros?

►Qual era a diferença entre o espírito de Cristo e o dos Seus discípulos?

►Como os discípulos justificaram o desejo de trazer fogo sobre uma aldeia samaritana? Como a cruz demonstrou o espírito de Cristo?

►Como podemos saber de qual espírito realmente somos? Como podemos garantir que não pensamos erroneamente que temos o espírito de Cristo quando, na verdade, temos o espírito de nossa cultura?

►Como devemos nos relacionar com cristãos que carecem do espírito de Cristo?

►Como podemos fazer um trabalho melhor de cuidar dos interesses dos outros?

A Demonstração Final

O espírito de Cristo foi mais vividamente demonstrado por Sua escolha de se submeter à crueldade da cruz. Ele havia avisado repetidamente os discípulos do que estava por vir, mas o caminho de submissão de Jesus era tão estranho para os discípulos que eles tinham medo de fazer qualquer pergunta a respeito (Lucas 9:44, 45). Os discípulos ainda estavam discutindo entre si sobre quem alcançaria mais poder e controle (vv. 46–48).

Os discípulos estavam buscando exatamente o que Jesus estava desistindo. Eles estavam lutando pelo poder associado à realeza enquanto Jesus estava se tornando o mais humilde dos servos. O espírito de Jesus é completamente oposto ao espírito deste mundo. O reino dos céus opera em princípios que se opõem aos princípios deste mundo. Jesus estava convidando Seus discípulos a abandonar suas ambições e acompanhá-Lo em Sua jornada de negação de si mesmos.

Em resposta às suas disputas, Jesus chamou a atenção dos discípulos para uma criança próxima, pois as crianças eram consideradas as menos importantes ao redor. Ele demonstrou que, se eles servissem às necessidades das crianças, se alinhariam com Seu espírito e missão, "porque aquele que é o menor entre todos vocês, este é o maior" (v. 48). Tudo isso parecia ao contrário dos corações orgulhosos dos discípulos, que, depois de anos de ministério com Jesus, ainda tinham muito a aprender sobre Seu espírito.

Depois que Jesus subiu aos céus, a igreja foi incumbida da missão de revelar Seu espírito ao mundo. No entanto, o mundo nunca verá Cristo através de nós se não nos esvaziarmos do ego e não dermos espaço para que Ele brilhe. É somente o espírito de Cristo que pode capacitar a igreja a enfrentar uma crise adequadamente e unificar a igreja quando o mundo está dividido. Paulo nos admoesta a "Tenham a mesma atitude que houve também em Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens.

E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz" (Filipenses 2:5-8). Somente quando abraçamos o espírito humilde de Jesus e seguimos Seu exemplo de esvaziamento do ego é que desfrutaremos da união entre os crentes (vv. 2, 3). Se cada pessoa abraçasse o espírito de Cristo, olhando "não somente para os seus próprios interesses, mas também para os interesses dos outros" (v. 4), nunca mais haveria outra violação da liberdade religiosa. O espírito de Cristo é a solução definitiva para todas as formas de tirania e opressão.

Nehuma Submissão Forçada

"A Terra estava envolta em trevas devido à incompreensão de Deus. Para dissipar as sombras sombrias, para reconduzir o mundo a Deus, o poder enganador de Satanás precisava ser quebrado. Isso não poderia ser feito pela força. O uso da força vai contra os princípios do governo de Deus; Ele deseja apenas o serviço motivado pelo amor, e o amor não pode ser ordenado; não pode ser conquistado pela força ou autoridade. Somente pelo amor é que o amor desperta. Conhecer a Deus é amá-Lo; Seu caráter deve ser revelado em contraste com o caráter de Satanás. Isso só poderia ser feito por um Ser em todo o universo. Apenas aquele que conhecia a altura e a profundidade do amor de Deus poderia torná-lo conhecido. Na escura noite do mundo, o Sol da Justiça deveria surgir, 'com cura em suas asas' (Malaquias 4:2)." (Ellen White, O Desejado de Todas as Nações [1898], 22.)

"Em marcante contraste com a injustiça e opressão tão universalmente praticadas estavam a missão e o trabalho de Cristo. Reinos terrestres são estabelecidos e mantidos pela força física, mas esta não seria a base do reino do Messias. Na instituição de Seu governo, nenhuma arma carnal seria usada, nenhuma coerção praticada; nenhuma tentativa seria feita para forçar as consciências dos homens. Esses são os princípios usados pelo príncipe das trevas para o governo de seu reino. Seus agentes estão ativamente trabalhando, buscando, em sua independência humana, promulgar leis que são em contraste direto com a misericórdia e bondade amorosa de Cristo." (Ellen White, 18 de agosto de 1896, The Review and Herald, para. 2.)

"Não faz parte da missão de Cristo obrigar os homens a recebê-Lo. É Satanás, e homens movidos pelo seu espírito, que buscam compelir a consciência. Sob pretexto de zelo pela retidão, homens que são confederados com anjos malignos causam sofrimento aos seus semelhantes, a fim de convertê-los às suas ideias de religião; mas Cristo está sempre mostrando misericórdia, sempre buscando ganhar pela revelação de Seu amor. Ele não pode admitir nenhum rival na alma, nem aceitar serviço parcial; mas Ele deseja apenas o serviço voluntário, a entrega voluntária do coração sob o constrangimento do amor. Não pode haver evidência mais conclusiva de que possuímos o espírito de Satanás do que a disposição de machucar e destruir aqueles que não apreciam nosso trabalho ou que agem contrariamente às nossas ideias." (O Desejado de Todas as Nações, 487, 488.)

"A lei do amor sendo a base do governo de Deus, a felicidade de todos os seres criados dependia de sua perfeita harmonia com seus grandes princípios de retidão. Deus deseja de todas as Suas criaturas o serviço do amor - homenagem que brota de uma compreensão inteligente de Seu caráter. Ele não se deleita em uma lealdade forçada, e a todos Ele concede a liberdade de vontade, para que possam prestar-Lhe serviço voluntário." (Ellen White, O Grande Conflito [1911], 493.)